












Mas é em 1895, quando dirigida pelo engenheiro ramos de Azevedo, que a escola conhece uma reforma mais ampla, com a inclusão das "artes e ofícios", de acordo com o plano do engenheiro de criar as bases de uma futura Escola de Belas Artes de São Paulo. Nessa fase também se inicia a construção de um novo edifício para servir de sede à instituição, parcialmente concluído em 1900, quando começam a funcionar alguns cursos de instrução primária e artística. O prédio, projetado por Ramos de Azevedo e Domiciano Rossi, seu principal colaborador, tem estilo monumental em forte consonância com os princípios do neo-renascentismo italiano.
Em 14 de novembro de 1905, com o apoio do poeta e mecenas Freitas Valle, do político Sampaio Vianna, do engenheiro Adolpho Pinto, e do próprio Ramos de Azevedo, é inaugurada a Pinacoteca do Estado de São Paulo, o primeiro museu de artes plásticas da capital paulista.
No segmento referente ao século XIX, certamente o núcleo mais consistente e importante da instituição, é possível entrar em contato com a maior coleção de obras de Almeida Júnior. Entre paisagens, retratos e cenas de interior, sobressaem as célebres obras Caipira Picando Fumo, Saudade e Leitura. As naturezas-mortas de Pedro Alexandrino ocupam uma sala inteira, onde se destacam Cozinha na Roça, Peru Depenado e Aspargos. Há ainda paisagens de Antônio Parreiras e Benedito Calixto, como a Baía de São Vicente; pinturas históricas e cenas de gênero de Oscar Pereira da Silva (Hora de Música e Infância de Giotto), retratos de Bertha Worms e Henrique Bernardelli, a tela Maternidade, de Eliseu Visconti, obras de Castagneto, João Batista da Costa e Pedro Weingärtner, entre muitos outros. A coleção tem especial importância ainda pelo destacado número obras de pintores acadêmicos paulistas.
A despeito de sua ênfase na arte acadêmica, o acervo conta com diversas obras de artistas modernistas, como Victor Brecheret, Tarsila do Amaral, Lasar Segall, Anita Malfatti, Cândido Portinari, Di Cavalcanti, Clóvis Graciano, Francisco Rebolo e Túlio Mugnaini. Ao longo do século XX, incorporou também obras abstracionistas de distintas extrações - Waldemar Cordeiro, Samson Flexor, Arcângelo Ianelli -, além de trabalhos contemporâneos, como os de Nuno Ramos, Paulo Monteiro e Paulo Pasta.
Complementam a coleção um significativo núcleo de pinturas oitocentistas européias e de esculturas francesas, com destaque para o conjunto de nove bronzes de Auguste Rodin (Torso da Sombra, Bacanal, Gênio do Repouso Eterno) e outras obras de Aristide Maillol, Medardo Rosso, Antoine Bourdelle e Niki de Saint Phalle.
Recentemente, o museu recebeu em regime de comodato uma importante doação: a coleção José e Paulina Nemirovsky. Trata-se de uma das mais importantes coleções de arte moderna brasileira, reunindo obras-primas de alguns dos mais destacados artistas nacionais, como Tarsila do Amaral (cinco telas, entre elas Antropofagia), Anita Malfatti, Victor Brecheret, Lasar Segall, Ismael Nery, Flávio de Carvalho e Vicente do Rego Monteiro. A coleção pode ser vista em exposição permanente na Estação Pinacoteca.
O museu também é depositário da Coleção Brasiliana da Fundação Estudar. São aproximadamente trezentas peças de brasiliana (estudos científicos, artísticos e etnográficos feitos por artistas estrangeiros), produzidas a partir do século XVII, que podem ser vistas em exposições rotativas na Pinacoteca. Em virtude das comemorações do centenário da imigração japonesa, a Pinacoteca do Estado exibiu recorte de seu acervo até 27/7, com obras de artistas como Manabu Mabe (1924 - 1997), Flávio Shiró e Tomie Ohtake cujas obras abrangem gravuras, pinturas, esculturas, muitas delas expostas em locais públicos, principalmente em São Paulo. Visitar a Pinacoteca é um excelente programa. O horário de funcionamento é de terça à domingo das 10:00 às 18:00 horas, e o ingresso custa R$ 4,00. Professores e estudantes da rede pública não pagam. A Pinacoteca está localizada na Praça da Luz, 2 Jardim da Luz (Estação da Luz).